Viagem de Moto pela América do Sul - Gui, Guto e Chicão



terça-feira, 17 de maio de 2011

Dia 5: De Cafayate a Purmamarca, só no tapetão...

(Chicão nos teclados... e o teclado é chileno...)


No café da manhã do hotel, uma vista incrível. Ficamos no La Casa de La Bodega, fica uns 15 kms de Cafayate, bem de frente a uma formação rochosa  incrível, de cores diferentes.

Café da manhã: completo e com boa vista

E que vista...

Saída do hotel... 3 Km de terra, mas vale o visual.

A estrada que liga Cafayate a Salta é de beleza ímpar, fizemos uma parada na Garganta del Diablo para fotos e o Gui acabou comprando uma pequena ‘artesania’, um instrumento chamado Ocarina, o primeiro instrumento de sopro encontrado no mundo.



Garganta del Diablo: nada demais.
Ocarina: quase uma flauta, só que mais desafinada.
 Chegamos a Salta e cruzamos a cidade rumo La Serena, para pegar a famosa estradinha estreita (“Estrada de Brinquedo”) que liga Salta a Jujuy. Incrível, vazia, muitas curvas (umas 500... um tipo de Estrada dos Romeiros, só que nível avançado...) e uma vegetação muito bonita.

"Estrada de Brinquedo": Repare na largura das pistas...

Resfriando os motores
Foto numa de nossas paradas. Belo visual.

Após esta estrada seguimos em direção a Purmamarca, onde o Gui pode aproveitar todo o potencial da F800R nas curvas... ele estava maluco com as curvas de alta nesse trecho. A Strom, carregada como uma mula manca, não possibilitou a mesma diversão - na próxima viagem, venho menos carregado com certeza.


Na Quebrada (de Humahuaca)

Uma reta, antes de 500 curvas de média/alta. 

Ao chegar a Purmamarca fomos ate a pracinha comprar presentes para as esposas e filhos. A lã da alpaca e incrivelmente macia ao toque, fiquei impressionado, só tocando mesmo para perceber.

E pensar que essas duas motos, em Purmamarca, chegaram de São Paulo...
 
Vilarejo muito simpático, com tecidos de lindas cores.

Na pracinha, pudemos visualizar o Monte de las Siete Colores... uma paisagem mais bonita que a outra e após as compras, fomos em direção ao hotel...

Cerro de las Siete Colores

Ficaríamos no La Comarca, mas passamos na porta do Manantial del Silencio, resolvemos entrar para conferir e acabamos ficando nele. Incrível, um silêncio avassalador. (o Gui fará em seguida um comentário sobre tal silêncio)



Belo hotel, bem aconchegante. Desconto concedido pelo Dino (recepção)

Bela vista dos quartos e pátio interno.

Vista para o morro, piscina e spa.

Bela  sala de estar, lareira.

BAR!
 
Descarregamos as motos e fomos para a jacuzzi do hotel, tomamos umas Quilmes com chips, foi show de bola, depois fomos jantar, eu comi um bife de lhama, estava muito bom. Comi também um carpaccio de lhama, o melhor que já comi na vida. Paramos as motos na varanda do hotel.

Jacuzzi, Quilmes y papas fritas.

Quilometragem do Dia: 365 Km, mas com muitas fotos e paradas interessantes.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dia 4: De Yerba Buena a Cafayate - Fase 2 da viagem!!!


Café da manha no Missia Pepa (hotelmissiapepa.com), dulce de leche, pan, etc...


Sala do café da manhã

Acesso aos quartos

E, finalmente, fomos pegar a F800R na BMW Berlín Motos.

Com a moto lavada, óleo e filtro trocados, filtro de ar 0KM (o velho estava completamente empoeirado), partimos para a segunda fase da viagem.

Lavada e revisada, pronta para ação.

Deixamos Yerba Buena as 13:00 horas em direção a Cafayate. Subimos uma serrinha travada, com muita cerração, neblina e frio, 4°C. A serrinha lembra a de Ubatuba a Taubaté, só que 10x mais longa e mais fria. E com caminhões e carretas utilizando todas as pistas. Show!

Frio e úmido.

O Chicão nem estava com muito frio...


Vencida a serra, um presente: Sol forte na chegada ao Dique de L'Angostura e Tafí del Valle. Lagos, montanhas e um belo visual. Tentamos arrematar um carneiro num restaurante local mas a cidade estava fechada para a siesta... Tocamos assim para Cafayate e infelizmente, mais alguns trechos de terra e costelas. O Chicão, de Strom, estava tranqüilo. Eu, de naked, resolvi zerar o velocímetro e percorrer os trechos de terra a 20 Km/h no máximo. Foram poucos KMs para então entrarmos num tapetão, ruta 40, na rota do vinho de Salta. Espetacular! Bodegas, vinhedos e ótima temperatura.


Céu aberto logo após a serrinha. Foto tirada da GoPro.

Veja o asfalto que contribuiu com a queima total do pneu... nos próximos capítulos...

Dique L'Angostura

Fator ''visual'' da segunda parte da viagem

Fator ''visual'' da segunda parte da viagem
Vai uma Quilmes, aí?

Tomamos várias...


Ruta 40, ruta del vino

Belas paisagens

Festejando o começo da fase 2, sem perrengues!!!

Em Cafayate, visitamos o hotel Pateos de Cafayate (na Bodega El Esteco, 470 USD a diária...) e resolvemos tocar para o Casa de La Bodega, também num vinhedo, excelente hotel no meio do deserto, metade do preço e mais 3 Km de terra... 

Pateos de Cafayate
 La Casa de La Bodega

Sala do hotel La Casa de La Bodega
Fato curioso: dado o vento forte da região, estacionamos as motos dentro da bodega... o vinho já não era lá essas coisas... com o aroma de gasolina é capaz que adquira notas melhores... hehehe...

As motinhos, ao fundo, logo após as garrafas de vinho à esquerda
Jantar, Vinho, Cerveja e cama. 

Quilometragem do Dia: 249 km, pouco. Saímos tarde de Yerba Buena e fizemos algumas paradas para fotos. A internet do hotel não funcionava bem portanto não conseguimos atualizar o blog.
Liçoes aprendidas: em viagens longas ou trechos em terra, vá de Big Trail.

Gui, ainda desolado, pensando na 1200GS branca...




terça-feira, 3 de maio de 2011

Dia 3: puxada longa, desvios, obras, pássaros, caminhōes... 960KM

O terceiro dia (ontem) foi tenso para fechar a primeira etapa da viagem. Deixamos para trás as províncias de Missiones e Chaco, passando por Posadas, Corrientes, Resistencia, Roque Saenz Peña, Quimilí, Suncho, Corral, Santiago del Estero, etc... até Yerba Buena (San Miguel de Tucumán)

Em Yerba Buena, a F800R ficou para troca de óleo e filtros na BMW Berlín Motos com o chefe de oficina Nazareno (Naza). Chegamos às 9pm e ainda estavam abertos, por conta da siesta que toma metade do dia... (dica do Fabio Colaferro, do VidaVivida.com.br). Bela concessionária, limpa, clara, com muitas motos expostas. A idade média dos funcionários é 25 anos... tudo ao alto e bom som de Gotan Project. Nada mal.

Rodamos 960 km no dia, com estradas boas, regulares e péssimas (para nakeds). Numa delas, 30 km de puro pedregulho. Prefiro parar por aqui, pois foi realmente desagradável...

Muitos pássaros cruzando a pista, bodes, cabras, porcos e vacas. Desviar dos pássaros me lembrou aquela antiga fita do Atari "free-way"... Eram pássaros pequenos e muito agéis... Na verdade, acho que eles é que desviavam das motos...

Havia também muitos gaviōes (ou espécie similar), de grande porte, 10 KGs... Sem a mesma agilidade dos pequenos... um deles acabou entrando direto na carenagem da F800R... Fora o susto, tudo permaneceu intacto com moto e piloto. Já o gavião...

Passamos também por muitas plantações de soja, algodão, milho, cana, sorgo, etc.

Conseguimos um hotel, via Berlín Motos, bem perto da concessionária, chamado Missia Pepa (hotelmissiapepa.com), uma casa antiga com tratamento informal, sem muitos luxos, mas acolhedor.

Assado de tira e Quilmes no restaurante da frente para fechar o dia.

Nota: como estamos atualizando o blog via iPAD, as fotos e vídeos da Go-Pro serão adicionados num outro momento. Sigam conosco!


Primeiro posto Argentino, em Missiones: muitos motociclistas dexiaram seus adesivos.
 
Crianças argentinas: curiosas e amantes das motocicletas - cena comum nos postos.


domingo, 1 de maio de 2011

Dia 2: mais travado e com alguns perrengues


O segundo dia de viagem foi bem diferente do primeiro.

Em primeiro lugar, rodamos 488 km, quase a metade do que rodamos no primeiro dia. Por quê?

- foi dia de aduana em Puerto Iguazu, com passagem tranqüila;
- saque de Pesos Argentinos, demorado por conta do local;
- chuva: coloca a capa, tira a capa, guarda a capa, pega a capa, tira a capa... muito tempo perdido;
- neblina, chuva forte, caminhões e spray d’água na cara;
- noite, vento lateral e frio (14
°C)

Nenhuma outra moto encarou nossa estrada hoje, exceto uma espécie de Honda Biz chinesa (‘Zanella’...) com um hermanito no comando, de chinelo, bermuda, regata, sem capacete e com um pano na cabeça... tudo isso a 14
°C, como comentei... Esse foi 100x mais corajoso que nós.

Desta forma, antecipamos nossa parada e encontramos um único hotel em Ita Ibaté, Corrientes, AR (piedraalta.com.ar, falar com Sr. Côco). Pitoresco, de pescadores, decorado com dourados e pacús ‘empalhados’ na parede e cravados em espelhos. Excelente opção, comida deliciosa e Quilmes trincando. Providencial, pois seria impossível rodar até Resistência (mais 250 km) nestas condições. Dica do Edson-Rio Preto, valeu!

Em solo Brasileiro, a caminho da fronteira com a Argentina.

Sala de refeições, com decoração temática.

 Dorado na parilla, com Quilmes trincando.
 
"Streetão" no Piedra Alta, guardando a Strom para o Chicão.

Lições aprendidas e constatações:


1) Em tempo instável, já saia pronto do hotel com a roupa para chuva

2) Chave, é pendurada no pescoço 

3) Na combinação ‘chuva-caminhão-spray-pista_simples’, dirija com cautela e o mais devagar que tolerar

4) Finalmente, "saia cedo, chegue cedo". Teríamos evitado o mal tempo à noite 

5) Passar devagar nos bloqueios policias - "ventamos" forte num deles e não foi muito "bem visto"...

Quilometragem do dia: 488 Km
Relaxante muscular: Whisky, Quilmes, Mirtax e Dorflex

Amanhã tem mais.

Dia 1: Pé na estrada!


A viagem começou. Algumas mensagens e fatos relevantes:

- Infelizmente, um dos riders não se juntou a nós nesta viagem. Gutão, fique tranqüilo pois haverão outras viagens... Ushuaia? Lagos Andinos? Alaska?


- Tivemos muitos detalhes para organizar, agendas para conciliar, corações divididos e apertados. Quatorze dias de viagem – É muito? É pouco? A saudade será certamente imensa, de nossos filhos e esposas.

O roteiro previsto e os planos estão prontos, mas tudo pode mudar, conforme a disposição dos pilotos, a “direção do vento”, etc. O plano é basicamente:

1. Encontrarmo-nos em Itu e largar na manhã do sábado dia 30 de abril (realizado: largamos tarde, ao invés de 5am largamos 10:30AM...)


2. Rodar o máximo possível em direção à fronteira em Foz do Iguaçu (realizado: rodamos 850 km e paramos em Cascavel para dormir - Hotel De Ville)

3. Pilotar até Cafayate, dormir em alguma vinícola, comer um carneiro (com garfo e faca), tomar um sorvete de vinho, etc.

4. Pegar a "estrada de brinquedo" (por conta do visual) de Salta à San Salvador de Jujuy e seguir para Purmamarca, Maimara e Tilcara, todos no pé da cordilheira

5. Rumar para o Chile via Paso de Jama, local mais alto, mais frio e provavelmente o mais desafiador. Pilotar a cerca de 4800m de altitude...

6. Descer 2000 metros de altitude com as motos ‘desligadas’ até San Pedro de Atacama, único local onde temos hotéis reservados e onde passaremos 3 dias para conhecer, descansar, desfrutar.

7. Voltar na mesma tocada, por caminho similar, com exceção do famoso ‘retão do Chaco Argentino’, de 800 km de puro mato, animais na pista e eventuais policiais corruptos. E nada mais.

8. Chegar as nossas casas e encontrar nossas famílias no sábado, 14 de maio de 2011, após pilotar, pilotar e pilotar.

Quilometragem total prevista: ~6500 km

Percurso de Ida, via San Miguel de Tucumán (~3400 km)

Percurso de Volta, via Chaco Argentino (~3100 km) 

Quilometragem do dia: 850 km
Relaxante muscular: Whisky, Dorflex.

Amanhã tem mais... quem sabe, uns 750 km...


Pé na estrada!